terça-feira, 29 de junho de 2010

ROMA - MONARQUIA

ROMA - MONARQUIA




A documentação que se refere ao período monárquico é extremamente restrita. Muitos dos que se sabem é resultado de um delicado exercício de interpretação de lendas sobre os sete reinados desse período. Nela observamos as diversas histórias que envolvem os reis da época. Mesmo não sendo baseadas em diversas fontes históricas, essas histórias dão conta do contato com os diferentes povos da região e os grandes feitos dos primeiros reis de Roma.



A sociedade da época organizava-se majoritariamente em torno das atividades agropastoris. No topo da hierarquia social romana estavam os patrícios. Estes eram oriundos dos grandes chefes familiares que ao longo do tempo se apropriaram das terras férteis. Logo abaixo dessa classe de proprietários de terra, estavam os clientes que, devido a laços afetivos ou de parentesco, se agregavam em torno das atividades nas terras dos patrícios.



Na posição intermediária da escala social romana estavam os plebeus. Estes não tinham nenhum tipo de vínculo direto com os patrícios e por isso, geralmente, desenvolviam atividades para fora das propriedades agrícolas. Grande parte dos plebeus se dedicava ao artesanato, o comércio e o cultivo em pequenas propriedades. Ao estarem distanciados dos patrícios, os plebeus eram marginalizados não tendo nenhum tipo de representatividade política dentro de Roma.



Dentro da monarquia, o poder do rei era limitado pelo Senado e a Assembléia Curiata. O primeiro era formado por um conselho de anciãos que fiscalizava as ações do rei. Já a assembléia era um órgão que reunia os representantes das tribos que dividiam a população romana. No final do período monárquico, surgiu a Assembléia Tribal. Mesmo delegando poderes a uma parcela maior da população romana, essa nova assembléia não alterou a hegemonia patrícia dentro das instituições de Roma.



Durante o reinado do etrusco Tarquínio, o Soberbo, ocorreu uma profunda alteração política dentro de Roma. As derrotas militares de Tarquínio para os gregos e gauleses, e sua aproximação política com as camadas mais baixas da população romana criaram um clima de tensão entre a autoridade monárquica e os patrícios.



Organizados em uma insurreição, os patrícios derrubaram o rei Tarquínio e fizeram do Senado a principal instituição política de Roma. Além disso, criaram novos cargos, ocupados por patrícios, que auxiliariam nas questões administrativas da cidade. Com tal modificação, ocorrida no século VI a.C., deu-se início à República.

REPÚBLICA

REPÚBLICA


No início da República, a sociedade romana estava dividida em 4 classes: Patrícios, Clientes, Plebeus e Escravos.

A decadência política, social e econômica, fez com que a plebe entrasse em conflito com os patrícios, essa luta durou cerca de 200 anos. Apesar disso, os romanos conseguiram conquistar quase toda a Península Itálica e logo em seguida partiram para o Mediterrâneo.

Lutaram mais de 100 anos contra Cartago nas chamadas Guerras Púnicas e em seguida, ocuparam a Península Ibérica (conquista que levou mais de 200 anos), Gália e o Mediterrâneo Oriental.

Os territórios ocupados foram transformados em províncias. Essas províncias pagavam impostos ao governo de Roma (em sinal de submissão).

As conquistas transformaram exército romano em um grupo imbatível.

A comunidade militar era formada por:

- Cidadãos de Roma, dos territórios, das colônias e das tribos latinas que também tinham cidadania romana

- Comunidades cujos membros não possuíam cidadania romana completa (não podiam votar nem ser votados)

- Aliados autônomos (faziam tratados de aliança com Roma)

Além do exército, as estradas construídas por toda a península itálica também contribuíram para explicar as conquistas romanas.

Os romanos desenvolveram armas e aperfeiçoaram também a técnica de montar acampamentos e construir fortificações.

A disciplina militar era severa e a punição consistia em espancamentos e decapitações. Os soldados vencedores recebiam prêmios e honrarias e o general era homenageado, enquanto que os perdedores eram decapitados nas prisões.

As sucessivas conquistas provocaram, em Roma, grandes transformações sociais, econômicas e políticas.

No plano social, o desemprego aumentou por causa do aproveitamento dos prisioneiros de guerra como escravos. A mão-de-obra escrava provocou a concentração das terras nas mãos da aristocracia (provocando a ruína dos pequenos proprietários de terras que foram forçados a migrar para as cidades).

Na economia, surgiu uma nova camada de comerciantes e militares (homens novos ou cavaleiros) que enriqueceram com as novas atividades surgidas com as conquistas (cobrança de impostos, fornecimento de alimentos para o exército, construção de pontes e estradas, etc).

Além disso, sociedade romana também sofreu forte influência da cultura grega e helenística:

- A alimentação ganhou requintes orientais

- A roupa ganhou enfeites

- Homens e mulheres começaram a usar cosméticos

- Influência da religião grega

- Escravos vindos do oriente introduziram suas crenças e práticas religiosas

- Influência grega na arte e na arquitetura

- Escravos gregos eram chamados de pedagogos, pois ensinavam para as famílias ricas a língua e a literatura grega

Essas influências geraram graves conseqüências sobre a moral: multiplicou-se a desunião entre casais e as famílias ricas evitavam ter muitos filhos.

Tais transformações foram exploradas pelos grupos que lutavam pelo poder e esse fato desencadeou uma série de lutas políticas. A sociedade romana dividiu-se em dois partidos: o partido popular (formado pelos homens novos e desempregados) e o partido aristocrático (formado pelos grandes proprietários rurais). Essas lutas caracterizaram a fase de decadência da República Romana.

O exército na Realeza

A legião romana era a divisão fundamental do exército romano. As legiões variavam entre os 4.000 e os 8.000 homens, dependendo das baixas que eventualmente sofressem nas batalhas. Para além dos soldados, há que contar com os inúmeros servos, escravos e seguidores que as acompanhavam. Durante as suas campanhas na Gália, as legiões de Júlio César eram compostas por não mais de 3.000 soldados.




Evolução da legião

[editar] O exército na Realeza

Legião (de legere, escolher em latim) era a palavra que, nos primeiros tempos, designava o exército inteiro. O antigo romano era civis e miles: cidadão e soldado. O exército não constituía algo à parte, organizado especialmente para a defesa do Estado. Estava formado pelo conjunto de cidadãos; era, antes, uma guarda nacional composta de pequenos proprietários.

Segundo a tradição, até Sérvio Túlio, os efetivos do exército abrangiam três mil infantes (milles) comandados por três tribuni mílitum e trezentos cavaleiros (céleres) comandados por um tribunas celerum. A constituição atribuída ao supracitado soberano deu uma nova organização militar a Roma. Os cidadãos, divididos de acordo com seus haveres, formavam a cavalaria e a infantaria. A primeira era constituída pelos mais ricos: mil e oitocentos homens integravam as dezoito centuriae equitum (centúrias de cavaleiros). Os cidadãos pertencentes às cinco classes seguintes serviam à infantaria na seguinte ordem: duas legiões de juniores (cidadãos de 17 a 45 anos) formavam o exército ativo, as tropas de choque; duas legiões de seniores (cidadãos de 46 a 66 anos) integravam as tropas de reserva e de defesa territorial.

O armamento de bronze ou de ferro variava de acordo com a classificação do cidadão. Nos primeiros tempos, a infantaria atacava sem ordem definida de batalha, sendo frequentes os combates singulares. Ao depois, foi adotada a disposição da falange na ordem de combate.

[editar] O exército na República

[editar] Reforma de Camilo

Atribui-se a Camilo uma nova reforma na constituição do exército romano. Vejamos, brevemente, as inovações introduzidas.

a) O exército se compunha de legiões articuladas em manipules e centúrias. Cada legião abrangia trinta manipules e cada manipulo duas centúrias. O manipulo era a unidade tática: um quadrado de oito a doze homens de frente e de profundidade. Cada linha de batalha abrangia 10 manípulos dispostos em quincunce (quincunx): aos claros de uma linha correspondem os manípulos da seguinte.

b) Os legionários propriamente ditos formavam a infantaria pesada e se distribuíam em três filas segundo a idade:

• hastati, os mais moços, à frente;

• príncipes, os homens de idade madura, na segunda fila;

• triarii ou pilani, os mais velhos, na terceira fila.

“Esses nomes devem ter sido tomados de alguma organização anterior, pois, na legião posterior a Camilo, os hastati não têm hasta (isto é, lança); os príncipes não se acham na frente, como indica o nome, e os pilani não têm pilum (dardo). Pelo contrário, os hastati e os príncipes, também chamados antepilani, usavam pilum, ao passo que os triarii eram armados de hasta. O gládio, ou espada curta, de origem hispânica, só foi introduzido no exército romano após a Segunda guerra púnica”.

c) A infantaria ligeira (velites) compreendia os cidadãos pobres que faziam parte da antiga quinta classe. Os velites se distribuíam, de acordo com a necessidade, pelas três filas da infantaria pesada.

d) A cada legião acrescentava-se um corpo de cavalaria dividido em dez esquadrões (turmae) de três decúrias (decuriae), num total de trezentos homens.

O exército romano era completado pelas tropas aliadas (socii) e pelas tropas auxiliares (auxilia), formadas de mercenários bárbaros, tais como os arqueiros (sagittarii) cretenses e os fundibulários (íunditores) das Ilhas Baleares.

[editar] Reforma de Mário

Caio Mário introduziu uma reforma revolucionária no exército romano quando, em vez de fazer o recrutamento na ordem das classes censitárias, aceitou simplesmente o ingresso de linha de frente contínua com cinco fileiras de profundidade, todos os cidadãos. Permitiu, assim, pela primeira vez, a incorporação dos proletarii nas legiões. Desde então, foi supressa a diferença entre hastati, príncipes e triarii e o armamento foi uniformizado. Os velites foram extintos e, em seu lugar, ficaram os contingentes dos soberanos vassalos ou de povos submetidos.

O manípulo foi substituído como unidade tática pela coorte (cohors), formada por dois manípulos (Júlio César elevou esse número para três). Uma legião passou a ter, então, dez coortes: cada coorte continha dois (ou três) manípulos; cada manipulo era integrado por duas centúrias. A legião assim organizada tornou-se o grande instrumento de vitória, não só no último século da República mas durante grande parte do Império. "A força, divisão e armamento da legião mal variaram durante toda a época imperial até Diocleciano".

Observe-se que no século I a.C., a antiga cavalaria legionária foi cedendo lugar à cavalaria fornecida por forças auxiliares como, por exemplo, os cavaleiros númidas, ibéricos, germanos ou trácios. "De sorte que já César teve necessidade de dar à sua fiel Legião Décima os cavalos dos povos tributários para poder apresentar-se, durante seu encontro com Ariovisto, protegido e escoltado pela cavalaria romana. Nos primeiros tempos da época imperial voltou-se a introduzir a arma da cavalaria nas legiões, agregando-se a cada uma delas cento e vinte cavaleiros".

O legionário romano, a partir de Mário, é movido não só pelo dever mas também pelo interesse: os pobres que haviam ingressado na vida militar encaravam a guerra como uma indústria cujo produto deveria reverter em seu favor, pondo-lhes fim à miséria. "O exército profissional que Mário criou, sob o aguilhão da necessidade, conduziria fatalmente, um dia, aos pronunciamentos e à ditadura militares. Era, em potência, um exército monárquico, e se não gerou, logo em seguida, a monarquia, foi porque seu chefe Mário, tanto por indigência intelectual como por convicção, ficava preso às formas políticas que tinha sempre conhecido e porque, de resto, vivendo o presente sem preocupação do futuro e tendo alma de guerreiro, não possuía outra ambição que a de acumular as expedições felizes e de eternizar-se, para sua glória de parvenu, nos comandos externos".

[editar] Características do exército republicano

O recrutamento

Até a época de Mário, o exército era organizado anualmente na primavera (mês de março) e licenciado no outono. A partir de Mário, o exército tornou-se praticamente permanente, com a possibilidade da incorporação dos proletarii, que se fizeram soldados profissionais.

Auxiliados pelos tribunos militares (eleitos pelos comícios tributos), os cônsules, instalados no Capitólio, procediam à incorporação (agere dilectus). O contingente necessário era obtido por sorteio. Aceitavam-se voluntários (volones). Alguns magistrados e sacerdotes, em virtude de suas funções, os doentes, os fisicamente incapazes, e os pobres (até a época de Mário) estavam isentos do serviço militar.

Um veterano prestava o juramento militar (sacramentam) e os demais repetiam: “ldem in me” (Da mesma forma para mim).

Após o juramento, seguia-se a revista (exercitam recensere) e o sacrifício (lustratio).

O armamento





O legionário romano possuía armas defensivas (arma) e ofensivas (tela). Entre as primeiras enumeremos:

• cassis (elmo de bronze) e galea (capacete, a princípio de couro e, posteriormente, de metal);

• lorica (couraça de metal e couro que protegia a parte superior do corpo);

• scutum: escudo de madeira, revestido de pano e couro e, depois de Camilo, reforçado por uma orla metálica. Era ovalado e convexo no século III a.C.; semicilíndrico no século I a.C. Media cerca de 1,20 m de altura e 80 cm de largura. Algumas coortes de Júlio César usavam um escudo de couro chamado cetra: as cohortes cetratae. Parma era um pequeno escudo redondo usado por infantes e cavaleiros.

Entre as armas ofensivas, havia:

a) gládio: espada curta bigume usada por todos os soldados;

b) pilo: dardo de madeira com ponta de ferro;

c) hasta: lança. "A hasta era de madeira, às vezes de ferro, com ponta (cuspis) e, geralmente, na outra extremidade, uma peça metálica, também aguda (spiculum), que servia para fincar a hasta no chão. Da hasta que, com telum, pode ser designação genérica de toda arma de arremesso, são variedades a lancea, lança; o sparum, rojão; o iaculum, dardo, cujo nome se prende ao verbo iacere, atirar; a framea, lança germânica de ferro estreito e curto, etc."

Além do armamento individual, os soldados romanos usavam, nas operações militares, diversas máquinas, entre as quais vamos citar: o aríete (aries), a torre (turris mobilis), a catapulta (catapulta), a balista (balista) que faziam parte do complexo arsenal utilizado no ataque (oppugnatio) e no assalto (expugnatio) às cidades.

O soldo

Primitivamente o serviço militar era prestado a título gratuito. Atribui-se a instituição do stipendium a Camilo. César aumentou consideravelmente o soldo de seus soldados. Convém lembrar que os militares participavam da presa de guerra e eram regiamente premiados por ocasião do triunfo.

A disciplina e as recompensas

Os legionários romanos estavam enquadrados numa rigorosa disciplina em que penas e recompensas se alternavam conformes as faltas e os méritos. Entre as penas, podemos citar: a redução ou privação do soldo e da participação na presa de guerra, o açoite, a degradação e a decapitação.

Entre as recompensas, podemos mencionar: elogios (laudes), condecorações (phalerae), braceletes (armillae), coroas (coronae) e outros distintivos. A maior recompensa que um general vitorioso podia obter era o triunfo: o chefe vencedor, com coroa de louros e em carro puxado por quatro cavalos brancos, partia do Campo de Marte para o desfile triunfal. “Precedido de magnífico cortejo, atingia pela Via Sacra o Capitólio e aí oferecia solene sacrifício de touros brancos”.

A hierarquia





Os graus da hierarquia militar no exército republicano eram, em linhas gerais, os seguintes:

• General em chefe: Cônsul ou pretor. Comandava todas as legiões do exército. Estava, em geral, acompanhado de ajudantes de campo e de uma guarda de honra.

• Tribunos militares (oficiais superiores): Cada legião possuía seis tribunos militares, cabendo a cada um o comando de dez centúrias e, por rodízio, o comando da legião.

• Centuriões (oficiais subalternos): Cada centurião comandava uma centúria. No manipulo era considerado superior (prior) o chefe da centúria direita e inferior (posterior) o chefe da centúria esquerda.

• Suboficiais: Optiones (ajudantes), signiferi (alferes), campidoctores (instrutores). Esses oficiais, em geral, não dispunham de comando, mas dirigiam os serviços gerais. Figuravam entre os mesmos os arquitetos e os médicos militares.

Entre os soldados rasos havia uma graduação: soldados de primeira classe (immunes), isentos de certos serviços, e os de segunda classe (munifices).

Na cavalaria, cada turma era comandada por um prefeito (oficial superior) e as decúrias por decuriões (oficiais subalternos).