terça-feira, 31 de agosto de 2010

Prosa medieval e Novela de Cavalaria

Prosa medieval

O cavaleiro, herói ideal da Idade Média
A prosa medieval é um ciclo de histórias, geralmente de cavalaria, que dominaram o período medieval.
[editar] Divisão
Pode ser dividida em quatro tipos de narrativas:
• Cronicões: narrativas de fatos históricos importantes colocados em ordem cronológica, entremeados de fatos fictícios;
• Hagiografias: narrativas que contam a vida de santos (biografias)
• Nobiliários: ou livros de linhagens, são relatórios a respeito da vida de um nobre: sua árvore genealógica (antepassados), relação das riquezas e dos títulos de nobreza que possui, etc;
• Novelas de Cavalaria: narrativas literárias em capítulos que contam os grandes fatos de um herói (acompanhado de seus cavaleiros), entremeados de célebres histórias de amor.
Tais histórias de amor não são melancólicas e platônicas como o que aparece nas cantigas: o herói cultua a amada, mas não se contenta apenas em vê-la; ele quer e é correspondido pela amada, que por ser casada (ou religiosa: "casada com Cristo"), torna-se adúltera para concretizar o seu amor; os obstáculos incentivam o herói na fase de conquista (o que é proibido é mais gostoso), ao invés de torná-lo impotente como acontece nas cantigas; a esse amor físico, adúltero, presente nas novelas e xácaras medievais, dá-se o nome de amor cortês, em que o casal central não tem final feliz e é severamente punido pelo pecado cometido.Os heróis medievais não têm a força física exagerada dos heróis da antigüidade clássica, mas são sempre jovens, belos e elegantes. Suas amadas são sempre "as mais belas do reino".
[editar] Ciclos
A maioria das novelas de cavalaria em língua portuguesa são traduções ou adaptações de novelas francesas ou inglesas. Dependendo de quem é o herói principal da novela, ela faz parte de um dos seguintes ciclos:
• Ciclo clássico: conjunto de novelas de cavalaria que narram as façanhas de heróis da Antigüidade;
• Ciclo carolíngio ou francês: novelas cujo herói é Carlos Magno;
• Ciclo arturiano ou bretão: as novelas deste ciclo são as mais famosas, adaptadas e traduzidas; o herói dessas novelas é o Rei Artur , sempre acompanhado de seus célebres cavaleiros da távola redonda.
Essa Matéria da Bretanha é uma das fontes que dão origem às novelas de cavalaria portuguesas: tanto que as novelas portuguesas mais importantes pertencem ao Ciclo Arturiano ou Bretão, como "José de Arimatéia", "História de Merlin", etc. As novelas mais marcantes porém são:
• A Demanda do Santo Graal : narra a busca do cálice sagrado pelo rei Artur e os cavaleiros da távola redonda;
• Amadis de Gaula, de autoria de Vasco ou João da Lobeira.
• Palmeirim de Inglaterra, de Francisco de Moraes Cabral
As novelas de cavalaria portuguesas também são inspiradas nas Canções de Gesta ou Matéria de França (cantigas que homenageavam os heróis e seus feitos). A prosa medieval portuguesa, como se pode concluir, é predominantemente do gênero épico.
A Literatura Medieval Portuguesa expressa a simplicidade, a ingenuidade e a passividade do homem medieval e contém marcas do contexto em que foi produzida. Completamente dominado pelo medo do pecado e com o objetivo de agradar sempre a Deus, o homem medieval ainda consegue fazer uma literatura que em determinados momentos rompe com esse domínio: é o caso das novelas de cavalaria, dos romances ou xácaras. O segundo período medieval vai mostrar que esse "rompimento" vai aumentando com o passar do tempo, até que o homem consegue sair das trevas medievais definitivamente.





Romance de cavalaria


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Amadis de Gaula, romance de cavalaria.
Os romances ou novelas de cavalaria são de origem medieval, e constituem uma das manifestações literárias de ficção em prosa mais ricas da literatura peninsular. Podemos considerá-las, sobretudo as da matéria da Bretanha (ligadas às aventuras da corte do rei Artur e da Távola Redonda), verdadeiros códigos de conduta medieval e cavaleiresca. Costumam agrupar-se em ciclos, isto é, conjuntos de novelas que giram à volta do mesmo assunto e movimentam as mesmas personagens. De carácter místico e simbólico, relatam aventuras penetradas de espiritualidade cristã e subordinam-se a um ideal místico, que sublima o amor profano.
Na Península Ibérica, surge no século XIV o Amadis de Gaula, atribuído a Vasco de Lobeira, mas cuja autoria é ainda incerta, dado que a primeira versão publicada, mais tardia, é em castelhano. Este romance oferece-nos o paradigma do perfeito cavaleiro, destruidor de monstros e malvados, amador constante e tímido de uma donzela, Oriana, a Sem Par, que se deixa possuir antes do casamento, e está na origem do chamado ciclo dos Amadises, um dos de maior sucesso na literatura peninsular. Este novo desenvolvimento da matéria da Bretanha foi o ponto de partida para uma frondosa ramificação do romance de cavalaria no século XVI, ridicularizada por Miguel de Cervantes em Dom Quixote.

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